segunda-feira, 9 de novembro de 2015




A Academia das Ciências de Portugal


O Presidente da República, Bernardino Machado, à saída duma
sessão solene da Academia das Ciências de Portugal, com
Teófilo Braga e José de Castro
Novembro de 1915



















A Academia de Ciências de Portugal (1907 — 1925) foi uma instituição académica criada por iniciativa de um grupo de intelectuais republicanos, encabeçado por Teófilo de Braga, que se sentiam excluídos da então Academia Real das Ciências de Lisboa. Fundada em 1907, iniciou as suas actividades em 22 de Abril de 1908, mas só viu os seus estatutos oficialmente reconhecidos a 27 de Outubro de 1910, algumas semanas após a implantação da República Portuguesa.

Inicialmente criada com intuitos meramente académicos, visando o fomento da ciência e a divulgação científica, após o seu reconhecimento oficial assumiu-se como órgão consultivo dos governos da Primeira República Portuguesa. Seguindo a tradição das academias, organizava-se por secções temáticas e elegia como sócios personalidades com provas dadas na investigação científica e no desenvolvimento tecnológico, sendo presidida por alguns dos mais representativos intelectuais portugueses do tempo que ideologicamente se aproximavam da causa republicana. Entre os seus presidentes conta-se Teófilo de Braga e António Cabreira.

Entrou em decadência com a paulatina republicanização da Academia das Ciências de Lisboa, que passou também a ser dominada por adeptos do republicanismo, e em 27 de Março de 1925, alterou a sua denominação para Instituto de Portugal. Desapareceu no período da Ditadura Nacional que se seguiu ao Golpe de 28 de Maio de 1926.


Do blogue - Virtual Memories
Imagem e identidade na Academia das Ciências de Portugal

A instituição: a Academia das Ciências de Portugal foi um organismo fundado em 16 de Abril de 1907 por Teófilo Braga e António Cabreira. O seu primeiro Regulamento foi publicado no Diário do Governo de 28 de Janeiro de 1911 pela Direcção Geral da Instrução Secundária Superior e Especial do Ministério do Interior, com assinatura de J. M. de Queirós Veloso. Não possuímos elementos sobre a data de extinção.
A ACP adoptava uma estrutura organizativa e uma identidade idênticas às demais academias de artes, letras e ciências ocidentais oriundas dos séculos XVII-XVIII.

Instrumentos comunicacionais
As formas comunicacionais privilegiadas eram as sessões solenes, a publicação de memórias e estudos, a cerimónia anual de abertura do ano académico, o conferimento de prémios a autores e sócios distintos, a organização de missões científicas e a realização de congressos.

Principais momentos rituais do calendário institucional
-escrutínio secreto de vogais, correspondentes e oficiais
-cerimónia solene de investidura de novos membros, com compromisso de honra
-sessão solene de abertura do ano académico em Novembro, com a seguinte estrutura: leitura do relatório de actividades; elogio dos académicos falecidos; balanço dos contributos do pensamento/investigação; entrega de prémios; concessão de recompensas
-sessões ordinárias de trabalho das classes e secções
-constituição da mesa da direcção
-representações externas
-recepção de visitantes
-instituição e distribuição dos prémios monetários
-elaboração, validação e entregar diplomas de honra.

Património simbólico
Emblema: referido no artigo 97.º, seria elaborado pela 6.ª sub-secção de Sociologia. Não foi desenhado nem descrito no texto.
Bandeira: bandeira com as cores nacionais (verde e vermelho), tendo ao centro o emblema da ACP
Insígnias: medalha circular em ouro para académicos; medalha em prata para os oficiais. A usar suspensas de fita de seda com as cores nacionais. Anverso com o emblema da ACP. Reverso com o nome da ACP e a data “16 de Abril de 1907”.
Uniforme de académico: grande uniforme masculino em tecido de lã azul escura composto por:
-casaca de abas, bordada a fio de ouro com palmas no colarinho, cintura e canhões de mangas; botões dourados com as armas nacionais;
-colete de casimira branca com botões dourados e gravados;
-calça comprida azul escura, com as costuras exteriores agaloadas a ouro;
-chapéu armado (bicórnico) de pasta preta, tope nacional, presilhas e borlas em ouro, emplumado de branco;
-florete de corpos e guarnições douradas, em telim de seda com as cores nacionais.



Os Estatutos da Academia das Ciências de Portugal






 


Do espólio de Bernardino Machado 


 
 
 
 



 

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